quarta-feira, junho 08, 2005

A vida é feita de opções
Opção de ficar
Opção de ir embora
Escolher o caminho da dor
Escolher evitar mais essa dor

E na vida
Não existe só amor carnal
Tem o amor profissional
O amor pelo bem-estar
O amor pela felicidade

Tenho felicidade em minha vida
Quando assumo os riscos pelos meus atos
Me conformo com meus fracassos
Mantenho uma família ao meu lado

Do que tenho que reclamar então
Se tenho informação
E muito amor no coração

IV

Senti falta do seu carinho hoje

Ao me chamar
Você chamou também as lembranças
A lembrança de como era tão certo
Ficar ao seu lado

Outros andaram ao meu lado após
E outros espero que também andem

Mas de todos
Acho que você
Foi o que mais passos sincronizados deu
E passos mais errados cometeu
E que me deu
Um dos mais tristes adeus.

X

Vamos almoçar
Que tal jantar
Assistir a um filme
Ou este filme irá rodar
Mais uma vez no meu olhar

A vida parece rodar em círculos
Esperando que nós
Comecemos um novo movimento

E em movimentos rápidos
Deixo este filme ser reproduzido
E em movimentos lentos
Deixo que meu coração bata.

XI

Queria xingar o destino
Só pra você me ouvir

Queria dizer que espero errar menos
E que você vai ver

Queria sorrir mais vezes
Só pra você me olhar

Queria chorar menos vezes
Porque percebi que você
Não mais vai voltar.

XII

Sento em um lugar florido onde penso que ninguém irá me achar.

Percebo uma criança a me olhar. E esta veio me questionar:

- O que está fazendo aqui?

- Venho me arejar – respondo.

- Mas hoje o dia não está frio? Continuou a me perguntar.

- O problema é que eu não canso de contrariar a todos – conclui. Não canso de enxergar que estou errando. Não canso de assumir os erros e ocultar os erros que não posso cometer sozinha – filosofei.

A menina voltou a me perguntar:

- Você parece triste com essas palavras. Mas seu olhar está alegre.

Só me veio estas palavras em mente:

- Esta sou eu. A contradição. Pois passo por problemas mas a felicidade cisma em permanecer em minha alma. Porque acredito na esperança. Esperança de que isso, por mais que pareça uma eternidade, qualquer hora vai passar. E aprendi que a ajuda para os momentos tristes sempre aparece. E que a gente não pode ser altruísta o suficiente para se tornar cego. Só aceite os presentes e acredite no futuro que está construindo – aconselhei.

A criança sentou em meu colo e percebi que eu era uma boa companhia. Fiquei feliz em constatar que eu não afastei a inocência e diversão da infância no meio da dureza da vida.