segunda-feira, outubro 30, 2006

Caos urbano

Caos urbano

Ai. Voltei. Esta é a sensação ao pisar novamente em São Paulo. As poucas semanas que passei fora da terrinha dão-me a impressão de que foram meses. Muita coisa aconteceu. No entanto, agora vem a parte burocrática. Já chego na 220.

Mal saí da rodoviária, fui para casa da primeira pessoa do casal. Lá, encontravam-se amigos para beber. E bebi. No dia seguinte, voltei pra casa. O caos estava instaurado. A obra do banheiro estava sendo finalizada. Poeira pra todo lado. Desesperar-me? Estressar-me? Que nada! Abri uma latinha com minha roommate às 10h30. Sim, da manhã. Afinal, estou de férias. Quem disse que tenho hora para fazer o que quero?

Após um leve descanso, comecei a providenciar coisas. Médico, exame médico, carteira de motorista, lavar roupa, planejar viagem, arrumar as coisas. Que desgrama é isso! Desfazer as malas e lavar roupas. Não sabia que tinha tantas! E a cada peça que tirava da mala era uma lembrança diferente.

Uma delas é do Rio. Meu pai, como já contei, me avacalhou dizendo que eu tinha me tornado um álbum de figurinhas com as novas tatuagens. Jogou no chão. Quem pisou em cima foi a minha sobrinha, Joanna, de três anos. Ela me questionou:

- Tia Ata (Beta), por que você fez tatuagem do símbolo do Unibanco no ombro? Eu quase morri nesta hora. Virei garota propaganda. E pior! Sem ganhar um centavo por isso. Até uma criança de poucos anos de idade estava “tirando com a minha cara”. Minha revanche só poderia ser em cosquinhas. Vale acrescentar que ela é louca pelo Unibanco, após a campanha feita com os desenhos animados.

Quando ela passou uma semana em sampa comigo, entrou em crise existencial.

- Tia Ata, por que o Unibanco aqui é azul e não preto? Eu tentei dar uma explicação plausível. Não deu. No fim da viagem, ela solucionou a questão quase à Sherlock Holmes.

- Tia Ata, já sei. Os dois Unibancos são meus. O azul e o preto. Prático, não? Adoro isso nas crianças. Já pensou se eu pudesse fazer isso também. Lavar roupa com o sabão Omo ou o Ariel? O Ricardinho ou o Cicraninho? Os dois são meus!rs

Ok. Não é possível. Então ainda tenho que escolher. Ficar ou partir. Viver ou morrer. Ser feliz ou ter razão.

Obs.: Ando escrevendo mais pq tenho tempo... viu como é melhor manter minha mente ocupada!rsss


Bixxcoito.
26/10/2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

Cidade Maravilhosa

Cidade Maravilhosa

Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades. Cidade Maravilhosa realmente essa. Com pessoas maravilhosas, energia maravilhosa. Minha casa. Recebo muito amor por aqui. Sinto-me como a super mulher. Quem todos admiram.

Ver os olhos do meu pai brilharem por me ter por perto. Dormi ao lado de pessoas que amo. Calma. Primeiro do lado da minha sobrinha. Depois do meu irmão. Ainda na casa de duas grandes amigas. Aqui me sinto natureza. Naturalmente feliz. Aqui não tenho uma casa, e sim, várias. É incrível conversar com pessoas que te conhecem há tanto tempo. Um olhar, um gesto, eles já de desvendam. Olha que não sou fácil. São pessoas que entendem minhas conquistas. Ficam felizes com minhas metas.

Nada como sentar à beira do mar. Tomar uma água de coco com o vento. Sentar na Pedra do Arpoador no fim do dia. O sol não se mostrou pra mim. Volto pra terra da garoa tão branca quanto vim. Por aqui, visitei uma danceteria que ia na época da faculdade. Bebi nos tradicionais bares da Zona Sul e Vila Isabel. Conversei com pessoas incríveis. Gastei meu tempo com amigos eternos. Bebemorei o reencontro com amiga em um barzinho.

Visitei exposições, sebos. Vi peça de teatro. Dancei funk, sim. Cuidei do estômago por ter comido comidas muito fortes na primeira semana de férias. A urucubaca tá passando. Tive uma fase em que não perguntavam se eu estava bem. E sim, se eu tinha piorado. Minha mãe fica preocupada. Meu pai fica impressionado com minhas novas tatuagens. Chamou-me de um álbum de figurinhas.

Conquistei companhia para dividir apartamento em minha nova empreitada, que realizarei no ano que vem. Levarei uma amiga que é família para me fazer companhia. Serão histórias incríveis. Recebi o carinho e as notificações de saudade da paulicéia desvairada. Já, já, volto pra casa. No entanto, mais uma vez terei que me despedir. Acho que essa é a pior fase das férias. Muito bom ver que você pertence a um lugar. Que suas manias e defeitos têm uma fonte. E rir por isso. Paro por aqui...

Bixxcoito.
22/10/2006

domingo, outubro 22, 2006

Primeiras férias

Primeiras férias

Sempre sonhei com minhas férias. Jogar bolinha no teto durante 30 dias e ainda ganhar por isso. Todos acham que férias é sinônimo de descanso. Entretanto passear dá trabalho. Muito trampo.

Viajei para Belém do Pará. Cidade das Mangueiras. Linda como o Brasil. Lá pude conhecer pessoas, me apaixonar por lugares, amar um cachorro, ou melhor, uma cachorra, andar em um barco precário no rio Amazonas.

Me perdi em dunas tentando encontrar um lago no meio da natureza. Recebi mensagem de texto ao som de canto dos pássaros no meio de uma ilha e ri por isso. Sentir o carinho ao sentar em uma mesa com familiares. Defender a legalização do aborto em meio a discussão política e me dar conta de que os presentes são tradicionalistas. Quase morri de vergonha por defender com tanto afinco, no entanto, sozinha.

Escondi minhas tatuagens. Dormi várias vezes após o almoço. Dividi o quarto com amigos, me tornei a terceira pessoa do casal e passei a noite num quarto pequeno, em cima de uma cama, entretanto, em uma rede.

Amei novamente. Quando já achava que tinha se perdido o sentimento. Vi que faço a diferença na vida de quem me importa. Muito. Cavei sorrisos que me encheram o coração de alegria e afeição. Zelei pelo sonho de alguém importante. Dei muito amor. Senti muito amor. Matei grande saudade que sentia por alguém que ainda é tão pequena. E recebi muito carinho por isso.

Fui feliz. Muito feliz. Chorei pelo fato de que tudo que é bom um dia ter que acabar. Hoje guardo em minhas lembranças o que não quero nunca esquecer. Entrei em um lindo santuário e rezei a Deus: “Pai, muito obrigada por tudo. Por me fazer determinada. Por me tornar amorosa. Ter uma grande percepção do sentimento das pessoas. Por me deixar viver com paz no coração. E chegar a um ponto de não querer desejar mais nada do que já tenho. Apenas planejo realizações de sonhos”.

Bixxcoito.
16/10/2006