quarta-feira, dezembro 26, 2012

MEU TANTO DE AMOR

FELIZ NATAL. 2012 foi de muitas provações e transformações. Grandes perdas também. Ajudei no que pude quem perto chegou de mim. Aprendi a dizer não. Amei com todas as forças. Trabalhei muito. Me escutei mais. Errei bastante, aprendi um monte. Me perdoei na maior parte das vezes. Me rasguei por dentro. Desafiei. Experimentei o que chegou até a mim. Escuto, ainda baixo, a música do meu coração. Sinto a energia da vida. Aceitei e aceito sempre as ajudas. Foram muitas. Instiguei o que achei que devia. Voltei quando achei que podia. Me perdi. Apreciei o silêncio. Não me importo de não me achar direito. Marquei as pessoas que de mim se aproximaram. Sou resultado de tudo o que vi, de todos que conheci, ainda mais do que li e vivi. Uma nova porta se abre sempre dentro de mim. Passado, deixei passar. Confesso, que, às vezes, volta a me atormentar. Parada, no entanto, não consigo ficar. Nunca permaneci gelada. Na verdade, sempre foi excesso de calor. Pulsa dentro de mim. Vaza por todos os poros. Procuro distribuir de onde vim pra onde vou o meu tanto de AMOR. Diferente dos outros, não mais intenso do que de todos. A todos, um ótimo 2013.

sexta-feira, dezembro 14, 2012

Todos os sonhos do mundo

Não sou nada. Escondo. Mas é você que acha pouco. Pra mim, é muito. Preciso ter foco. Perco-me na multidão.

Não serei nada. Quando se perde tudo, procurar agradar a todos é uma luta em vão. Agradar a mim, dizem que é egoísmo. Mergulho de cabeça no abismo.

Não posso querer ser nada. Eu até queria, mas paraliso. Será? Esqueço por alguns segundos. Meses passaram. O mataram.

À parte isso, mais uma vez perdi no meio de todos os sonhos e rostos do mundo. Só posso enfrentar um medo de cada vez. Não pude escolher. Fernando entendia de "Pessoas".



terça-feira, dezembro 11, 2012

A Insustentável Leveza do Ser

Acordei às 4 horas da manhã. Insônia. Calor, mesmo com ar condicionado. Cansaço. Olhos abertos, mente fechada. Tomo um copo d'água. Ligo a TV. Nada de bom. Passo mais alguns canais. Um documentário sobre física quântica. Mundos paralelos, realidade paralela. E se realmente sou apenas uma projeção do sonho ou pesadelo do meu alter-ego, em alguma outra dimensão? E se já são mais de quatro versões, espalhadas pelo cosmo? Se a Via Láctea foi criada da poeira cósmica de algum outro universo? Se eu estou vivendo aqui, agora, em algum outro lugar, ou nesse mesmo espaço, mas com outras decisões que poderia ter tido e não tive? Como não ficar curiosa? Nasce a vontade de também ser cientista. Adoro resultados de pesquisas científicas sobre o comportamento humano. Quem somos? Para onde vamos? Deito pra dormir. Sonho com seres de outro planeta. Lembro de seres desse planeta que não estão aqui de verdade. Acordo. Busco reflexão, inspiração nos meus melhores amigos, os livros. Eis que saco um que amo e que não leio há um tempo. Parece perfeito, encaixa direito. Lembro de uma das cenas mais lindas que já vi no cinema (ver foto). Vai valer a pena. Aconchego-me na rede, entre os primeiros raios de sol da manhã. Café preto fresquinho para acompanhar. Embarco na viagem, ativo meus sentidos, dou um suspiro. Página 12, capítulo 1. "...Será a vida um eterno rascunho..." Como será dessa vez? Com novas experiências, novas vivências, qual será minha conclusão? Mesmo sabendo qual será o final, porque ainda me interesso pelas curvas dessa história conhecida? Busco e acho "A Insustentável Leveza do Ser". Boa leitura.



domingo, outubro 21, 2012

Liberdade pra ter

O sol entra sem bater, é a alegria que volta a envolver
Sempre experimentei de tudo, como não?
O que é azedo, careta faço; o que tem cheio adocicado, me aproximo fácil
O que tem gosto bom, não digo não

Quero mesmo é tentar, não me importa quantas portas vou fechar
Para abrir o que tem lá no fundo, os talentos que nem sei se tenho
É preciso mais que pouco, senão pára no corpo
Não quero camuflar, vem, me tome inteira
O que os outros reprimem, só insinua o quanto pode ser bom
Sinal verde, sigo em frente, ninguém precisa entender
Apenas mostre quem é você

Nasci sozinha e assim morrerei, dos amores que tive só felicidade guardei
Não só da boca, da cama com um amante, mas aprendi que paixões existem em monte
Porque só o carnal você quer explorar, quando é tanto o que quero dar
Provavelmente gozar será o último que você vai ter
Não tenho energia sobrando pra desperdiçar, disputar o que nunca meu realmente será
Só convido para ao meu lado dançar, essa música rítmica, um pra lá dois pra cá

Livre é o que quero ser, não esperar, não mais me perder
Me encontrar, me equilibrar, já que não é só a dois que podemos nos completar
Quero ser inteira pra te satisfazer, só assim consigo ter você, metade você não vai querer

Intensidade no olhar, num toque, num retoque, quero te aquecer
Teu cheio quero aspirar, respirar também os aromas de outro lugar
Não simule, não resmungue, tenho tanto pra dar, tesão pra compartilhar
Muito desejo pra realizar, muitos pensamentos pra te entreter

Não tem pouco, na verdade é muito, muito tempo perdido com tristeza, acho um tanto lúdico
Esperar que ao seu lado, somente ao seu lado irá me completar, é leviandade
Desistir, ignorar, também não vai resolver
Pura divagação do meu e do seu ser
Me liberte que sempre vou voltar, com mais vontade, te amar.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Vai ser bom

Hoje
Quero fingir
Só por hoje
Gozar, sentir
Agora é hora

Pode provar
Não demora
Não diz que não
Não me amola

Pode usar
Do melhor quero mais
Diga que sim
É sem limite
Aguente
Que...

REFRÃO
Vai ser bom, pode ser bom, vai que é bom, vai!

Que mal tem?
Na veia, na mente
Desejo acende

Aceite o convite
Não evite,
Não fuja
Vem com a gente
É sem limite

Se solta, geme
A pele atenta
Num comprimido
No pó
Prazer latente

Respira
Aspira
Vai ficar quente
Não foge,
Aguente
Que...

REFRÃO
Vai ser bom, pode ser bom, vai que é bom, vai!

sexta-feira, outubro 05, 2012

Quem só vê não vê

Quem vê cara não vê experiência,
inocência,
não vê passado,
não imagina futuro

Quem vê cara,
não entende nada,
não entende escolhas,
não entende intenção

Quem vê cara,
não percebe sonhos,
não percebe encontros,
não percebe a ação do tempo

Quem vê cara,
não compreende nada,
não compreende que faz parte,
não compreende a arte da vida

Quem vê cara,
se aprisiona na mente,
entende tudo errado,
não chega no coração

Abrir os olhos,
cabeça,
ouvidos,
mas boca não.

Essa é minha meta,
o que busco,
minha busca por ação.

segunda-feira, outubro 01, 2012

Neste mundo

Sonhei um sonho
Em que eu era livre
Finalmente livre

Sonhei um sonho
Que poucos têm
Que muitos querem
Que muitos sequer sabem que existe

Quis sonhar um sonho
Para ele não se tornar um pesadelo
Para ele não se tornar uma doença
Uma obsessão com crença
Mas meu sonho
Torna-se pesadelo
Pois quanto mais feliz me torno
Mas infelizes se aproximam de mim

Ando não querendo mais ver
Não quero ser vista
Ando querendo não mais ouvir
Não quero ser ouvida
Escuto somente o que vem

Fora de mim, apenas enxergo o caos a me servir
Infelizmente, sou humana
Animais com mente e com ego
Que dependem tantos uns dos outros
Animais eretos, de duas pernas, dois braços,
Mas atrofiados
Que ficam parados prontos para derrubar
Para ter a sensação de subir
Onde todos criam expectativas
E culpam outros por não cumpri-las

O que eu enxergo
O tamanho do meu mundo
É tão grande
Que infelizes se perdem, morrem mudos

Neste mundo
Nossas atitudes, infelizmente,
Impactam em outras vidas
Onde minhas palavras são deturpadas
E usadas para servir de carne de gado
Bala de canhão
Onde todos sabem como devemos viver
Tirando-me a oportunidade de experimentar
De decidir

Mas vivo em paz
Não me tormento mais
O que incomoda
Não o faz mais
Gelada demais
Focada demais
Descobri outros mundos que me atraem muito mais

sábado, setembro 08, 2012

Despertar enfim

Um bem estar começa a despertar de mim
É um carinho sem fim
Cuidar de mim
Enfim

Um sol começa a raiar de mim
Um sorriso assim
Encostar enfim
Beijar com amor
Transcender com fervor

Uma chama acesa começa a queimar
Uma saudade sem cessar
Venha aqui, agora, me acalmar
O meu corpo chama por teu tocar

Um prazer sem fim toma conta de mim
Sensação de brisa de praia a invadir
Uma boa história de se ler
Comida gostosa que sei fazer
Sabor saboroso que derrete aos poucos

Amanhecer com o dia, deixar com a noite
Rotina que preenche
Presente que nem se sente
Futuro ascendente

Caminho que percorro
Nos teus braços me permito
Aconchego-me mais um pouco
Pra morrer aos poucos
Essa sina de nós todos

terça-feira, setembro 04, 2012

A incrível história do homem que viveu 250 anos


Em 6 de Maio de 1933 na página 13 do jornal New York Times, aparecia a nota de falecimento de Li Ching-Yuen um chinês que sobreviveu a 23 esposas, deixou 180 filhos e morreu com a idade de 256 anos. Este obituário é um erro ou uma exagero? Alguns pesquisadores dizem que é verdadeiro.


Li-Ching Yuen foi um Mestre Taoísta chinês, herbalista e praticante de Chi Kung e de outras disciplinas de meditação e artes marciais. Foi conselheiro tático militar e instrutor de artes marciais, se aposentou e passou muito tempo nas montanhas do Tibet, onde seguiu coletando ervas medicinais que segundo dizia lhe ajudavam a se manter jovem e saudável.

Em 1927 foi convidado para ir em Wann Hsien na província de Sichuan por seu amigo pessoal o general Yang Sen, que estava muito interessado na força e juventude de Li, apesar de sua avançada idade. Na residência deste governador e caudilho foi feita, à idade de 250 anos, a única fotografia existente de Li.

Mistérios de uma vida:

Como era de esperar, não se sabe muito a respeito das primeiras etapas da vida de Li Ching-Yun. Sabe-se que nasceu na província Chinesa de Sichuan, onde também morreu. Também que aos dez anos já estava alfabetizado e foi para o Tibet, Annam, Siam e Manchúria para colher de ervas medicinais. Após isto, sua vida é um tanto quanto desconhecida.

Ao que parece, durante mais de cem anos, Li continuou vendendo suas próprias ervas, recolhidas pelo mesmo. Também se sabe que tinha as unhas de sua mão direita muito longas, com mais de 15 centímetros.

Em 1930 o professor Wu Chung-Chieh, decano do departamento de educação na Universidade de Chengdu, encontrou nos registros Imperiais do Governo da China duas felicitações do imperador a Li Ching-yun em 1827 por seu aniversário de 150 anos e uma posterior aos 200 anos. Muitos consideram isto como provas irrefutáveis da idade do homem que mais tempo viveu.

O segredo da longevidade:
Num artigo publicado pela revista Time em 15 de maio de 1933 entitulado "Tortoise-Pigeon-Dog" (Tartaruga, pomba e cão), informava-se sobre a incrível vida do mestre Li Ching Yuen e citava-se a resposta que Li dava sobre o segredo de sua longa vida:

"Mantenha um coração tranqüilo, senta como uma tartaruga, caminha rápido como uma pomba e dorme como um cão."

Sua dieta baseava-se principalmente no arroz e no vinho deste cereal. Também consumia gingseng e uma planta pouco conhecida, a centelha asiática (Hydrocotyl asiatica). Muitos cientistas da época debocharam disto e não dedicaram nenhuma atenção ao tema, mas uns poucos visionários foram um pouco além. Jules Lepine, bioquímico francês, encontrou um poderoso alcalóide de efeitos rejuvenescedores nas sementes da dita planta.

Os herbólogos sabem de um fator de longevidade que possui a centelha asiática para o cérebro e as glândulas endócrinas e também extratos da planta são usados para tratar problemas de circulação e de pele. Na China é consumida em salada. O suco das folhas serve para a hipertensão arterial; também como tônico. Um emplasto de folhas podem ser usadas para tratar feridas e e úlceras.

Ceticismo a respeito de sua idade real:

A primeira reação de muitas pessoas, ao conhecer a história de Li, é duvidar que um ser humano possa realmente ter atingido tal idade. É pouco provável esta alegação venha algum dia a ser comprovada por documentos aceitáveis sem qualquer possibilidade de contestações no ocidente.

Se o os antigos registros oficiais chineses fosse considerada indiscutível, Li Ching Yun seria reconhecido como a pessoa mais longeva com idade atestada por documentos, tendo vivido mais de 130 anos além do atual recorde documentado, que pertence à francesa Jeanne Louise Calment, que faleceu em 1997 com 122 anos e 164 dias.

http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=3051

O Sonho de um homem estranho - F.DOSTOIEVSKY

...E de repente, quase sem notar, eu me vi nesta outra terra,
envolto numa luz de sol brilhante, tão bela como o paraíso ...

Parecia que tudo ao redor irradiava uma alegria,
algo como uma vitória que havia sido alcançada,
algo grandioso e sagrado

O mar calmo cor de esmeralda esparramava-se
Suavemente sobre a praia, abraçando-a com um
amor manifesto,aparente, quase consciente
Havia lá árvores altas e lindas na mais esplêndida
florescência e suas incontáveis folhas me davam boas-vindas
com seu murmúrio gentil e suave, como se estivessem
sussurrando palavras de amor

O gramado brilhava com flores fragrantes,
e pequenos pássaros cortavam o ar em revoada,
sem medo algum, pousavam em meus ombros e mãos,
batendo alegremente suas pequenas e adoráveis asas trepidantes

E finalmente eu vi e conheci as pessoas daquela terra feliz.
Eles mesmos vieram a mim, eles me cercaram
e me abraçaram

Filhos do sol, do seu sol. Como eram belos!
Jamais havia visto tal beleza no homem.
Talvez apenas em nossas crianças mais novas seja possível
Encontrar um reflexo remoto daquela beleza

Os olhos daquelas pessoas felizes eram preenchidos de
um brilho resplandescente

Seus rostos irradiavam inteligência e um tipo de
consciência que alcançava o nível da tranquilidade, e
ainda assim, aqueles rostos eram alegres.
Uma felicidade inocente soava nas palavras e nas vozes
daqueles homens

E de uma só vez, no primeiro relance de seus rostos,
Eu percebi tudo!
Essa era uma terra não corrompida pelo pecado
Sobre ela viviam homens que não haviam pecado ...

E eu entendi imediatamente que, em muitos aspectos
Eu não deveria nem mesmo tentar entendê-los...
Parecia incrível, por exemplo, que eles,
que sabiam tanto não possuíssem ciência. O
conhecimento que eles possuíam era ampliado e derivado de
revelações que diferiam daquelas da nossa terra,
e que suas aspirações eram totalmente diferentes

Eles não tinham quaisquer desejos e eram serenos
Eles não aspiravam pelo conhecimento da
vida, como nós procuramos explicá-la,
como a própria ciência tenta concebê-la, de forma a
ensinar os outros a viver.
Eles, no entanto, sabiam viver e eu entendi isto

Eles eram cheios de vida e alegres como crianças
Passeavam por seus maravilhosos bosques,
cantavam canções adoráveis, viviam de
alimentos leves, das frutas de suas árvores,
do mel de suas florestas
E do leite dos animais que os amavam

Eles trabalhavam pouco e de forma leve
por seus alimentos e roupas.
Eles eram dotados de amor e geravam filhos,
mas eu nunca observei neles aqueles impulsos de
voluptuosidade cruel que afetam todos da nossa terra – todos –
e que são a fonte exclusiva de quase todo pecado na raça humana

Eles se alegravam com os recém-nascidos como
novos participantes de sua felicidade.
Eles nunca discutiam e não havia ciúmes lá,
eles nem mesmo entendiam o que essas coisas significavam

Não havia realmente quaisquer doenças entre eles, embora
houvesse a morte. No entanto seus idosos faleciam
suavemente como se fossem dormir, cercados de homens que
se despediam deles e os abençoavam, e eles partiam
acompanhados por sorrisos serenos.
Nessas ocasiões, eu não percebia tristeza nem lágrimas, havia apenas um amor quase ao nível do êxtase, mas um êxtase calmo e tranqüilo.

Eles eram tão completamente convencidos de sua vida eterna
que isso nem mesmo constituía uma questão para eles
Eles não possuiam templos, mas neles havia uma certa
comunhão incessante, diária e viva com todo o universo

Eles glorificavam a natureza, a terra, os mares e as florestas
Eles gostavam de compor canções e se elogiavam como
crianças. Aquelas eram canções simples, mas eles as invocavam
do coração e elas o penetravam. E não apenas com músicas, mas parecia que eles passavam suas vidas a admirar uns aos outros.

Era um tipo de encantamento mútuo, completo e universal...

F.DOSTOIEVSKY

domingo, setembro 02, 2012

UMA NOITE


Mas uma noite se inicia
Não esperava, não previa
Enquanto cantava, apenas via

Na ginga do Blues
Contemplava, te via
Multidão não percebia
Ou sabia?

Conversa distraía, eu ria
Na calada, te ouvia
Palavras me vinham

##

REFRãO

Mas uma noite se inicia
Cerveja gelada, vontade crescia
Percebi o quanto
Te esperava, que eu previa

##

No sofá da tua sala
Intimidade crescia

Fumaça esquentava
Ritmo aquecia

Palavras preenchiam
Silêncio encaixava
Aproximava
Vontade saciada

Nos teus braços
Me deitava e não saía
Mais, nunca mais
Eu queria

TEM QUE


Tem que acordar
Enxergar o que ninguém quer ver

Tem que comer
Comer, gostar, de amargar
Mas tem que provar

Tem que jogar
Passar, olhar, compreender
Que sozinho
Não dá tanto prazer

Tem que dividir, partir
Para contribuir

##

(Refrão)

Viver, crescer
Fazer valer
Pra ter porquê

Contigo é melhor
Mais gostoso
Tem mais prazer

##

Tem que discutir, Xingar,
Botar pra quebrar

Tem que tocar, deixar,
Sem medo de sentir

Tem que saber o porquê,
Do que, pra quê viver?

Que o tempo passar
E nada pára
Só pra você ver

Tanta coisa a gente tenta, erra,
interpreta, inventa
Mas a verdade não tem,
Só uma parte
Muita gente enxerga partes
Minha parte é me colocar à parte
Faz parte, ser feliz

terça-feira, maio 22, 2012

Lilith

Um Poema No livro “O Oráculo da Deusa”, há um belo poema sobre Lilith, que expressa bem suas características:

Eu danço a minha vida para mim mesma
Sou inteira Sou completa
Digo o que penso
E penso o que digo
Eu danço a escuridão e a luz
O consciente e o inconsciente
O sadio e o insano
E falo por mim mesma
Autenticamente
Com total convicção
Sem me importar com as aparências
Todas as partes de mim
Fluem para o todo
Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um
Eu ouço
O que é preciso ouvir
Nunca peço desculpas
Sinto os meus sentimentos
Eu nunca me escondo
Vivo a minha sexualidade
Para agradar a mim mesma
E agradar aos outros
Expresso-a como deve ser expressa
Do âmago do meu ser
Da totalidade da minha dança
Eu sou fêmea
Sou sexual
Sou o poder
E era muito temida.

Autora: Amy Sophia Marashinsky

IR QUANDO JÁ FUI?

Qual o sentido de ir
Quando já fui?
Alma velha, alma antiga
Como se tudo já tivesse passado pela vista
Um “que” de dejavú
Um “que” de vários que já passaram
Um “que” de que já vi
Já vivi Tudo o que está por vir
Uma história linda que já li

Nostalgia
Encosto na parede
Um quadro se arma
Uma moldura me engessa
Só meus olhos transbordam
O corpo desanda
Não entendem o que alma clama
Identifico-me com tudo
Não vivo mais nada

Nada me ativa
Nada me incita
Nada me irrita

Irrita apenas expectativas
Já não as tenho
Eu te entendo
Mas você me entenderia?
Só quero um canto
Hoje canto, não danço
Não sigo mais regras
Não quero mais balelas
Não desejo mais só corpo
Não começo algo que duraria pouco
Não falo o que não querem escutar
Não escuto os verbos que querem vomitar
Nada parece ajudar
Só quieta
Acho que devo ficar
Até algo novo novamente chegar.
Bixx

domingo, abril 29, 2012

Irreversível

Acordei. Despertei para vida. Para a vida que eu quero levar. Preciso levar. Venha. A porta está aberta. Sempre esteve aberta. Desde quando consigo controlar alguma coisa. Necessitamos de compreensão. Ninguém aqui é bicho papão. Existem contradições. Agressões. Sensações. Conclusões erradas. Atitudes errantes. Situações angustiantes. Vontades. Desejos. Anseios. É do que somos feitos. Como respeitar? Como não julgar? Quando despertar? Vamos tentar mudar? Nunca quero deixar. Nunca quis desistir. Nunca quis resistir. Venha já. Vamos lá. Conversar. Conversar. Tagarelar. Quem sabe entre uma palavra e outra, acerto o que deveria falar. Deveria fazer. Deveria mostrar. Mostrei um lado que não queria. Eu não queria. Só receio ser algo que não posso. Não gosto. Não sou. Não há perdão? Quero só uma solução. Há solução? Acaso. Acontecem coisas por acaso. Coisas que não esperava. Irreversível. A dor. É irreversível. Mudar a forma de pensar. De tentar. É opcional.

domingo, abril 15, 2012

Criando meu mundo

Tenho que aprender a brincar mais. Outra famosa frase que todos repetem incansavelmente: rir dos próprios erros. Muitas pessoas repetem palavras combinadas, bonitas, que conectam pela sonoridade não pelo entendimento. Rir de nós mesmos. A frase é simples. Não se engane, há vários significados. Já pensou nisso? Até tento. Ando tentando. Ando com sorriso no rosto. 24 horas por dia. Dou aquela risada acanhada, escandalosa, amarelada. Digo a mim mesma: você é falível. Todos são. Aprendemos com o erro. Não posso ser perfeita. Não podemos. Aprenda, entenda. Mas minha alma me atormenta. Por que perto das pessoas que amamos é pior? Por que prestamos tanta atenção no que os outros dizem e não no que sentimos? Ou o oposto. Equilíbrio torto. Pior ainda é quando já não dizem mais nada. Por que cheguei até aqui? Estou saindo, estou me abrindo, mas não quer dizer que estou. Na verdade, quando realmente estive... o que é bem? Estou ou não estou bem? Não tenho do que reclamar. Eu deveria estar ótima. Disseram isso. Ando procurando pelas ruas, nas conversas conectadas, na mesa de bar abarrotada, na rua, algum exemplo que justifique, exemplifique. Disputamos a felicidade. Você está feliz? É claro que também estou! Você está triste? Problema é seu. Problemática. Esfregamos na cara dos outros. Se o outro acreditar, acabo por acreditar também na felicidade. Não sei o que quero. O outro me ajuda. O outro me empurra. Ando com vontade de dizer só a verdade. Transgredir. E se eu não quiser agradar ninguém? Serei rejeitado? Amargurado? Negado e expulso do marketing do futuro? Crio muros. Crio mundos, novos mundos. Quero ser eu mesma. Com defeitos e virtudes. Fingir me cansa muito. Aí percebo um furo. Um buraco. Se há buraco negro no Universo, porque não haverá um dentro de mim. O que há do outro lado? Silêncio calado. Noite escura. Foco de luz da lua. Procuro respostas em vão. Está na mão. No coração? Mente não.

É assim?

Quanto mais me esforço pra sorrir e compreender a vida, mais ela tem me retribuído com graça, leveza e solidariedade. Não tenho tudo o que quero (será que realmente quero?), mas tenho tudo o que preciso, tenho fé e todos os sonhos do mundo. Fecho-me em meu casulo pra que você não possa ver minha dor lá no fundo. Mas isso não quer dizer falta de amor. Ao contrário, preciso amar tudo o que faço. Sou uma buscadora. Preciso explorar, encontrar e doar o melhor de mim. Não me contento com o que é melhor pra mim. Viver é um risco. No medo, corro o risco de me perder de mim. E com você, também é assim?

Oi?

Oi? O que estou pensando? hum...difícil. São tantas coisas. Na maior parte do tempo, em nada. Aprendi a relaxar. Você precisa falar sobre o que eu penso? Tudo bem. Sim, desculpe, eu penso. Também tenho uma opinião. Desculpe, não é igual a sua? Graças a Deus! Já pensou se todos pensassem da mesma forma? Se estou errada? Sim, é possível. Desculpa. Eu também estou aqui em constante aprendizado. Também posso errar. É assim que aprendo mais. Desculpe se te magoei. Sim! Você mais uma vez me julgou. Desculpo! É claro que desculpo. Sei que você também está aprendendo. Não me importo. Tiro o melhor. Aprendo. O pior, esqueço. Só me importo com o que eu penso. Oi? O que estou pensando? hum... difícil.

Minha mente, mente minha

Mente minha, minha mente. Apesar de eu não lhe dar o devido valor, não saber como realmente você funciona, apesar de eu não te entender. Que ora é minha amiga, ora minha pior inimiga. Que você me ensine a viver melhor, a amar, a ser serena. Que eu saiba te entender. Que a inveja seja apenas algo que me mostre onde quero chegar. Sem ela, de repente, eu nunca saberia. Que você me mostre outras alternativas para o ciúme. Afinal, só sinto ciúmes de coisas que eu amo. Que você me ajude a raciocinar e enxergar que mesmo sentimentos ruins podem ser transformados em bons. Que você me mostre que sempre tem o outro lado da história. Outra mente em ação. Meu coração, meus sentimentos, me mostram sempre caminhos. Que o pânico não tome conta de você, de mim. Ensine-me caminhos para digeri-lo. É você, minha querida, minha mente, mente minha, quem me auxilia. Que você trabalhe melhor, para o bem, a cada dia!

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Férias da monotonia do ser

Férias, o que significa?
Enquanto muitos procuram
Distração por fora
Faço uma imersão
Mergulho
Vou fundo
Busco algo por dentro
Num livro, num vídeo, no outro
No íntimo de mim

Não é algo melhor
Ou pior que ninguém
Só algo que chama
Pois o silêncio reclama
Fala o quão agitado é meu ser

São palavras, frases, histórias
Lembranças, andanças, mudanças
Que preciso fazer
Que inquieta meu ser

Ser o quê?
Preciso fazer minha parte
Quero alimentar a minha arte
Ter resiliência, persistência
Por mais que digam o contrário
Sei que sou algo único
Algo entre muitos
Algo que não posso trancar no armário
Alienar-me, tornar-me ordinário

É minha história
Minha memória
Minha visão
Minha pretensão
Resultado de minha ação
O que fazer, então?

Quero acreditar
Num mundo imaginário
Mágico
Por que não?
Somos tão bizarros
Um universo de contradição
Tão contrários a algo estático
Fidelidade de otários

Não acredito mais
Nessa religião irracional
Ou nessa realidade racional
Que o ser humano criou
Há pouco tempo
Justamente com nome de Renascimento
Enterramos o que de mais precioso temos
Não me contento

Vou fundo
Em busca do sexto, sétimo sentido, mergulho
Cada vez mais profundo
Descubro novos sentidos, crio mundos
Para felicidade, sucesso, retorno, algo novo
Não algo fabricado, que está no entorno
Não quero mais pagar caro
Viver no serrado
O marketing do futuro

Nada é mais frustrante
Do que correr, correr
E terminar afogado
Uma vida toda
Por algo
Que não era o esperado
Ralo, insípido, abstrato

Os deuses vão ajudar
Quem continuar pensando
Sonhando
Por uma vida mais equilibrada
Mas amorosa
Mas harmoniosa
Sentido abstrato
Algo nato
Sem esforços heróicos
Quero algo de saciedade
Satisfação.