quinta-feira, agosto 15, 2013

EIS QUE


Eis que aqui cheguei
De longe venho
Pra onde, não sei

Eis que sonhos tive
Ainda os tenho
Realizá-los pretendo

Eis que amores vivi
De longe mantenho
Bem perto pretendo

Lábios beijei
Fogos acendi
Em camas, irei deitar

Eis que equilíbrio desejei
Da ressaca, me afastei
Calmaria alcancei

Eis que medos me cegaram
Lutas travei
Dinheiro, busquei

Doenças me atravessaram
Com Deus conversei
Da morte, me afastei

Eis que investiguei sem cessar
Algo alcançar
Julgamentos evitar

Eis que o vento me domou
Maturidade do eu sou é capaz
Hoje reino na paz

Sem me esforçar
Passei a respeitar
Não temer o revés a chegar
Palavras a me maltratar

Buscador de almas, me tornei
Do palco, mergulhei
Intimidade criei

De palavras me embriaguei
Dos livros, suguei
A natureza compreender

Eis que vergonha, nada sei
Que um dia partirei
Tudo acaba, eu sei

Eis que despedir é normal
O anjo da morte é fatal
Por caminhos eu vou

Como errante, o destino assim se fez
Eis que carinhosa, dedicada, eu sou
A saúde voltou, viva estou